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RUI COSTA (PT) ACIONA BATALHÃO DE CHOQUE DA POLÍCIA MILITAR CONTRA A DOCÊNCIA DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS BAIANAS

RUI COSTA (PT) ACIONA BATALHÃO DE CHOQUE DA POLÍCIA MILITAR CONTRA A DOCÊNCIA DAS UNIVERSIDADES ESTADUAIS BAIANAS

 

Autor: Gildeci de Oliveira Leite. Escritor, professor da UNEB.

 

Quando soube que o governador Rui Costa havia colocado o Batalhão de Choque da Polícia Militar da Bahia (PM - Ba) em 04 de junho de 2019, para impedir o acesso pacífico das professoras e professores das universidades estaduais baianas (UEBA) à Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC – Ba), lembrei da velha música de Titãs, que cantarolávamos nos anos do movimento estudantil do século passado. Rui Costa, “polícia para quem precisa, polícia para quem precisa de polícia.” Ao que parece, para o governador Rui Costa (PT) a polícia deve estar de olhos bem atentos, também, aos trabalhadores e trabalhadoras em educação.

Quem sabe, considere nosso governador, que impedir o caminhar de livres pensadoras e pensadores é “como um artilheiro em frente ao gol”, então gooooooool e caem pobres, pretos/as e professores/as (PPP). Sobre a chacina de mais de uma dezena de homens negros pela PM-Ba em 2015, o governador comparou os atiradores com artilheiros. Seria mais um gol de placa, o impedimento do livre acesso da docência das UEBA, talvez um coroamento da falta de diálogo e dos salários cortados? Não sei, o movimento encontra-se acampado em frente à SEC - Ba, devidamente vigiado pela polícia. Rui Costa em sua cadeira expõe a Bahia e todas as forças progressistas de sua base de sustentação política.

Contundidos e/ou quem sabe mortos de forma simbólica, quiçá de forma física, PPP´s continuariam sendo culpadas e culpados pelas mazelas do estado, pela desordem, pela pobreza da sociedade. A emergência do texto não me permite um detalhar do alinhamento de projetos dos governos Rui Costa (PT) e Jair Bolsonaro (PSL). Culpam a docência por onerações dos cofres públicos, tentam confundir a opinião pública, fazendo-a acreditar, que temos excelentes salários e tentam transformar trabalho docente e principalmente a pesquisa em trabalho menor. Não, não irei detalhar isso agora!

Apesar de entristecer, as ações de Rui Costa não mais espantam, o que me espanta é o silencio de parte significativa do Partido dos Trabalhadores (PT) e de demais partidos progressistas, que compõem a base de sustentação do governo da Bahia. Onde estaria a coerência ao ficarem silenciados diante de tantos massacres às UEBA pelo governo Rui Costa? Como conseguem criticar, acertadamente, as ações opressoras do governo Jair Bolsonaro em relação às instituições federais de ensino e fecharem os olhos em relação às UEBA? De Rui Costa pouco espero, mas ainda há tempo para uma retomada de consciência, vinda agora de dentro do governo para forçar o governador a entender o papel das UEBA na vida do povo baiano.

Não acharemos muito honesto e proveitoso, que após nossa vitória ou nosso total esfacelamento vozes progressistas, que se calam, gritem em nosso favor, em favor da produção e difusão do conhecimento pelas UEBA. A hora é agora para ouvirmos as vozes das forças progressistas, que alicerçam o governo Rui Costa, alicerçarem a luta das UEBA. Até o momento, Rui Costa tem demonstrado total desinteresse pela importância das UEBA. Quantos e quais parlamentares visitaram o acampamento dos docentes das UEBA? Em 2016 nosso presidente Lula disse que o STF (Superior Tribunal Federal) estava acovardado, estariam as forças progressistas apoiadoras de Rui Costa acovardas? Outro dia, espantei-me com os conselhos de uns colegas muito próximos ao governo. Cuidado, não comparem Rui Costa com Bolsonaro, ele fica irritado e as coisas pioram para nós. A que ponto chegamos, temos medo de irritar um governador eleito com nossos votos, com nossas vozes pedindo votos.

A tristeza nunca será a marca das pessoas que educam, difundem e produzem conhecimento. Afinal, coisas ruins passam e daremos as costas a quem nos fez mal. Com salários cortados, contas atrasadas, despensas vazias e felicidade ferida, só nos resta engrossar as fileiras da resistência, convocar a sociedade!

 

 

 


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